'Sacode o pó, levanta-te e assenta-te, ó Jerusalém; solta-te das ataduras do teu pescoço, ó cativa filha de Sião. Porque assim diz o Senhor: Por nada fostes vendidos; também sem dinheiro sereis resgatados.' (Isaías 52:2-3)


Em alguns momentos da minha vida, me senti como se estivesse presa por várias amarras. Elas me sufocavam... Eu olhava pra mim mesma e não conseguia ver mais nada além daquela situação enlaçada, não conseguia ver mais nada além das amarras que me prendiam. Haviam os que tentavam tirar minha atenção do enlace, e era como se quisessem me manter daquela forma. Queriam que permanecesse ali, atada, em silêncio, esboçando sorrisos que pudessem mascarar a dor, o desespero, o grito sempre preso na garganta. Misericórdia - foi o que o Senhor teve por mim. Mas no meio disso tudo, esse emaranhado de egoísmos que me sufocavam, aconteceu o inesperado... Jesus me chamou, e eu ouvi. Ninguém esperava por isso. Ninguém achava que realmente fosse acontecer, mas aconteceu. 

Me lembro perfeitamente da noite em que Ele disse ao meu ouvido já tão ferido por palavras duras: Vem, filha. Levanta, vem e Me deixa cuidar de você. Lembro que meu corpo tremia, as lágrimas rolavam pelo rosto e eu não conseguia ficar sentada... O choro ficou mais forte e, então, me levantei...! Fui pela dor. Pela dor, mas consegui chegar. Era a primeira noite de domingo do pastor que me batizou. Ele havia chegado há menos de uma semana e, só o Senhor sabe o porquê, ele foi usado no apelo ao final do culto. Nunca vou me esquecer do que senti ali na frente, nunca... Hoje eu sei que naquele momento dois anjos se colocaram de pé ao meu lado. Hoje sei o quanto a atitude de aceitar a Cristo como meu Único Salvador incomodou algumas pessoas e o inferno. Daí você pode até se perguntar, 'E daí pra frente?'. Daí pra frente eu comecei a lutar todos os dias. Passei por um longo processo de libertação. Algumas pessoas me olhavam com pena cada vez que me levantava do chão após uma oração, mas isso nunca me impediu de buscar minha liberdade em Cristo. Outros zombaram, riram, me apontaram. Isso me fortaleceu. Não me importava quanto tempo duraria o processo de libertação, me importava o resultado, que era permanecer de pé na presença do Senhor. Eu não queria mais as ataduras, nunca mais. Foram muitas noites de choro, muita oração. Minha mãe acompanhou algumas ministrações e eu sei que ela sofria a cada vez que eu era jogada no chão. Mas também sei que ela sorria por dentro cada vez que o Espírito de Deus me colocava novamente de pé e ia me fortalecendo. Aprendi muito com tudo isso, e não me envergonho de tudo que passei, pois eu plantei, colhi e hoje vivo nas mãos do meu Deus Todo-Poderoso e General de Guerra. É o Senhor quem me conduz, é dEle que busco direção pra não pisar onde Ele não queira. É nEle que sinto alegria mesmo na tristeza.

Filho(a), eu não te conheço, mas posso dizer algumas coisas com toda certeza: o Senhor é a nossa Luz, nossa Salvação. Ele te ama incondicionalmente. Não importa quantas vezes você se afaste, quantos pecados cometeu ou anda cometendo, uma coisa é fato, Ele te ama. Se está passando por processo de libertação e, assim como eu um dia, tem sido lançado muitas vezes ao chão diante da igreja, ou grupo de oração, não sinta vergonha, pelo contrário, busque mais ao Senhor, confie no Seu Espírito. Quando o Senhor efetua verdadeiramente a Sua mudança em nós, não julgamos, não apontamos, não acusamos, não caçoamos. Apenas abraçamos e andamos juntos, seja em silêncio, conversando através do olhar, ou sendo boca do Senhor aqui na terra. Nunca, jamais se envergonhe. Apenas confie no Senhor e não solte a Sua mão.

Que o Senhor, em nome de Jesus, seja a sua Força e o colo do seu consolo.

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